Telescópios que observam o universo em sua forma mais energética de luz podem ajudar os cientistas a detectar as "impressões digitais" das ondas gravitacionais.
As ondas gravitacionais são geradas quando objetos massivos, como buracos negros, colidem, criando ondulações no espaço-tempo que lavam a Terra durante a noite. Embora observatórios modernos de ondas gravitacionais, como o Observatório Interferométrico de Ondas Gravitacionais Laser (LIGO) e o interferômetro Virgo, possam detectar as fortes colisões que levam a ondas gravitacionais, esses observatórios podem observar apenas um desses eventos de cada vez, geralmente com meses de intervalo. Mas pode haver outra maneira de encontrar ondas gravitacionais: procurar suas impressões em pulsares, estrelas de nêutrons de rotação rápida que pulsam em intervalos regulares.
Agora, os cientistas acreditam ter pavimentado o caminho para esse objetivo em um novo estudo graças às observações do Telescópio Espacial Fermi da NASA, que observa o universo em raios gama, a forma mais energética de luz: “Ficamos surpresos com o quão bem ele encontra os pulsares que precisamos para procurar ondas gravitacionais – mais de 100 até agora!".
Os pulsares giram em intervalos muito precisos, e os cientistas podem rastrear esses intervalos da Terra graças à sua radiação. Quando as ondas gravitacionais passam por um pulsar, elas podem alterar imperceptivelmente os tempos de rotação dos pulsares, e os astrofísicos acreditam que serão capazes de observar essas mudanças imperceptíveis e rastrear as ondas gravitacionais que as criaram. Tradicionalmente, os astrônomos encontram pulsares usando radiotelescópios que varrem o céu em busca de ondas de rádio. Mas o gás e a poeira que preenchem o espaço não são muito gentis com as ondas de rádio - muitos deles são absorvidos ao longo do caminho.
Os raios gama, por outro lado, têm a energia mais alta de todas as ondas do espectro eletromagnético, o que significa que passarão por eles. Mas antes deste novo estudo, os astrofísicos nunca haviam usado raios gama para rastrear pulsares. As descobertas podem significar uma maneira nova e mais poderosa de encontrar pulsares e, por sua vez, detectar ondas gravitacionais, e os pesquisadores esperam que melhorias futuras tornem esses métodos de detecção ainda mais precisos.
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