Os cientistas traçaram a jornada da nuvem de poeira através do sistema solar recém-nascido: 4,5 bilhões de anos se passaram desde sua formação.
Um grupo de pesquisa liderado pela Universidade do Arizona reconstruiu em detalhes anteriormente indisponíveis a história de uma nuvem de poeira cósmica que se formou durante o nascimento do sistema solar: aconteceu há mais de 4,5 bilhões de anos. Os resultados obtidos fornecem informações sobre os processos fundamentais subjacentes à formação de sistemas planetários, muitos dos quais ainda permanecem um mistério para os cientistas.
No novo estudo, a equipe desenvolveu um novo tipo de estrutura que combina mecânica quântica e termodinâmica para simular as condições a que uma nuvem foi exposta durante sua formação. A composição da nuvem era rica em cálcio e alumínio: uma composição semelhante foi encontrada em uma amostra do meteorito Allende, que caiu sobre o estado mexicano de Chihuahua em 1969.
Durante o trabalho, os cientistas analisaram a composição das substâncias do meteorito, que provavelmente foi formado por uma nuvem de poeira. Verificou-se que o meteorito é composto principalmente por minerais de espinélio e perovskita, que também são encontrados em rochas da Terra. Substâncias sólidas semelhantes também são encontradas em outros tipos de meteoritos, conhecidos como condritos carbonáceos, que são de particular interesse para os cientistas planetários, pois são remanescentes da formação do Sistema Solar e contêm moléculas orgânicas que podem ter servido de base para a formação e desenvolvimento da vida.
A análise precisa da localização dos átomos no meteorito permitiu que a equipe estudasse a estrutura das estruturas cristalinas em detalhes. Para surpresa da equipe, alguns dos resultados contradizem as teorias atuais sobre os processos físicos ativos dentro dos discos protoplanetários.
Como resultado, a análise mostrou que a nuvem de poeira provavelmente viajou em muitas órbitas ao redor do Sol. Originou-se não muito longe do local onde a Terra deveria se formar, depois voou em direção ao Sol e foi lançado nas regiões frias do Sistema Solar. Por fim, a nuvem de poeira se tornou parte do asteróide, que mais tarde se partiu em pedaços. Alguns desses fragmentos foram atraídos pela gravidade da Terra e caíram em nosso planeta na forma de meteoritos.
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