Cientistas na Terra estudarão em breve a poeira na atmosfera do nosso planeta em alta resolução, graças a um novo espectrômetro de última geração - desenvolvido pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e pela Universidade de Cornell - que observará a superfície do planeta de uma altitude de 400 km a bordo da Estação Espacial Internacional.
O lançamento deste instrumento a bordo do foguete Dragon da SpaceX com a missão de entregar carga à ISS está agendado para 7 de junho a partir do local do Kennedy Space Center localizado em Cabo Canaveral, Flórida, EUA.
Como parte dessa missão, os cientistas querem entender melhor como a poeira atmosférica contribui para o aquecimento ou resfriamento da Terra. "Estamos tentando caracterizar as partículas de poeira que são expelidas da superfície da Terra para a atmosfera", disse Natalie Mahowald, meteorologista da Cornell University e vice-líder da missão. “Uma das maiores incertezas no sistema climático está relacionada aos aerossóis, e os aerossóis de poeira têm um impacto muito grande nas mudanças climáticas”.
“Esses aerossóis – ou poeira – podem ter partículas grandes ou pequenas, podem ser claros ou escuros, porque todos esses aerossóis são espacialmente não homogêneos”, disse ela. "São sistemas muito complexos." Este espectrômetro será chamado de missão Earth Surface Mineral Dust Investigation, ou EMIT, e foi projetado para medir a composição de minerais nos desertos da Terra que são expostos à atmosfera pela erosão eólica.
Existem muitos tipos de poeira atmosférica. A poeira composta por partículas que incluem óxidos de ferro (ferrugem) tem uma tonalidade mais escura e contribui para o aquecimento da atmosfera. Em contraste, as partículas de argila ou carbonato refletem a luz solar e podem ajudar a resfriar a atmosfera. Escaneando uma faixa de 80 km de largura, o instrumento medirá a quantidade de luz refletida nas bandas visível e infravermelha, coletando mais de 1,6 gigabits de dados a cada segundo para que os cientistas possam mapear a composição mineral da superfície da Terra. Espera-se que a missão faça mais de 1 bilhão de medições espectroscópicas úteis.
Segundo os participantes do projeto, os dados obtidos sobre a influência das partículas de poeira no aquecimento e resfriamento da atmosfera terrestre também ajudarão na compilação de modelos climáticos de exoplanetas.
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