Ainda não há uma teoria estável sobre como exatamente a Lua foi formada. A opinião predominante é que um "protoplaneta do tamanho de Marte" colidiu com a jovem Terra, e os detritos resultantes se tornaram o material de construção a partir do qual a Lua foi formada.
A análise química mostra que a composição do solo lunar é relativamente próxima à da Terra. No entanto, os cientistas descobriram que as rochas nas planícies mais claras (as terras altas lunares) na verdade contêm menos minerais metálicos do que as das planícies mais escuras. Isso só faz sentido se a Terra já tivesse formado seu núcleo, manto e crosta no momento da colisão, deixando a Lua sem metal. No entanto, as rochas encontradas nas planícies mais escuras da Lua contêm mais metal do que as encontradas na Terra. Um paradoxo inexplicável.
Então, o que está sob a superfície da lua? Assim como a Terra, a Lua também possui uma crosta, um manto e um núcleo. O núcleo interno é composto de ferro e níquel, tornando-se a segunda lua mais densa do nosso sistema solar depois de Io, uma das 79 luas que orbitam Júpiter.
O núcleo interno sólido da Lua tem um diâmetro de 480 quilômetros, e o núcleo externo de ferro líquido derretido aumenta o diâmetro total para 660 quilômetros. Outra maravilha do nosso satélite é a espessura da crosta. Curiosamente, o lado da Lua voltado para a Terra tem uma crosta mais fina do que o lado oposto.
Ao mesmo tempo, a atividade vulcânica assolou a Lua. Os fluxos de lava resultantes formaram grandes planícies que são facilmente vistas através de um telescópio. Assim que o magma esfriou e solidificou, as camadas internas se dividiram. Com o tempo, os elementos mais pesados caíram para o centro da Lua, enquanto os mais leves permaneceram na superfície ou perto dela.
Em 2011, a NASA lançou o instrumento de radiofrequência em miniatura Mini-RF a bordo do Lunar Reconnaissance Orbiter, que ainda está orbitando a Lua. Sua missão inicial era encontrar gelo na superfície da lua, mas onze anos depois ele encontrou outra coisa. Ao medir a propriedade elétrica do solo lunar dentro das crateras, chamada de permissividade, o Mini-RF descobriu que essa propriedade aumenta em crateras entre 1,6 e 4,8 km de largura, mas permanece constante para crateras entre 4,8 e 19 km de largura. Ao comparar os dados obtidos pelo Mini-RF com os mapas de óxidos metálicos feitos pela câmera grande angular LRO, foi confirmado que crateras maiores com propriedades dielétricas mais altas estão diretamente relacionadas à concentração de minerais metálicos.
Cientistas da LRO do Goddard Space Flight Center da NASA dizem que os dados do Mini-RF são inestimáveis porque não apenas fornecem informações sobre o que pode estar à espreita na superfície e sob a lua, mas também esclarecem como se formou e como pode ser seu verdadeira ligação histórica com a Terra.
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