Os astrônomos descobriram, pela primeira vez na história, filamentos de material estelar girando em torno de um buraco negro supermassivo, sugerindo que uma estrela capturada pela gravidade do buraco negro acabou de ser destruída por "espaguetificação".
Os astrônomos acreditam que o efeito, mais conhecido como destruição de maré, ocorre porque a gravidade buraco negro puxa o lado da estrela para mais perto do buraco negro com mais força. O buraco negro primeiro rasga a estrela e depois suga sua matéria, transformando a estrela em um longo filamento.
Anteriormente, a única evidência de tal situação, quando uma estrela enfrentava uma morte violenta depois de arriscar se aproximar demais do centro da galáxia, eram as breves explosões de radiação eletromagnética de buracos negros supermassivos que os astrônomos às vezes observavam.
No entanto, até agora, os cientistas não observaram evidências da destruição física real de uma estrela próxima a um buraco negro. Em um novo estudo publicado na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society, uma equipe de astrônomos do Instituto Holandês de Pesquisa Espacial (SRON) e da Universidade Radboud, na Holanda, detectou com sucesso uma estrela espaguetificada por meio de linhas de absorção espectral em torno dos pólos de um buraco negro distante.
Linhas de absorção são linhas incomumente escuras que aparecem em todo o espectro de radiação eletromagnética emitida por uma fonte, no nosso caso, um buraco negro. Essas linhas aparecem quando o material que absorve parte da radiação eletromagnética (neste caso, uma estrela esparguetada) obscurece a fonte.
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Os astrônomos observaram linhas de absorção espectrais enquanto observavam o pólo de rotação do buraco negro. A observação mostrou que um fio de material, semelhante a um novelo de lã, foi enrolado várias vezes ao redor do buraco negro. A equipe acredita que este material é uma estrela quebrada que anteriormente orbitava o buraco negro antes de desaparecer dentro dele.
Sabe-se que existem discos de matéria ao redor do equador de um buraco negro, consistindo de material que é atraído pela gravidade, mas ainda não absorvido pelo buraco negro, cujo disco de acreção gira em torno do equador em velocidades muito altas, liberando calor, raios X e raios gama. No entanto, os autores deste estudo afirmam que o material que analisaram não fazia parte do disco de acreção.
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O efeito Doppler, causado pelo movimento rápido do material no disco de acreção, estica ou comprime as ondas eletromagnéticas dependendo se a fonte está se aproximando ou se afastando do observador. Como resultado, a luz emitida pela parte do disco de acreção que está se afastando da Terra será mais brilhante. Mas os cientistas não viram nenhuma evidência disso.
"O disco de acreção é a única parte do sistema de buracos negros que emite esse tipo de radiação", disse o comunicado. "Se estivéssemos olhando da borda, não veríamos os raios X do disco de acreção." Acredita-se que os buracos negros supermassivos, que são milhões e até bilhões de vezes mais massivos que o Sol, estão escondidos no centro da maioria das galáxias. Eles crescem por bilhões de anos, absorvendo tudo o que cai em seu abraço gravitacional. Os astrônomos podem detectar buracos negros por causa dos raios-X brilhantes que emitem à medida que absorvem gás e matéria de seus arredores.
As estrelas que orbitam nas partes centrais das galáxias às vezes podem se mover tão perto dos buracos negros que ficam presas em sua gravidade. Eles se aproximam cada vez mais do buraco negro e acabam morrendo prematuramente por espaguetificação.
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