Quando os materiais são levados ao limite, coisas estranhas podem acontecer – como a descoberta de uma fase líquida anteriormente desconhecida, relatada por cientistas que desenvolvem vidro ultrafino e de alta densidade.
Esses tipos de vidro são usados de várias maneiras, inclusive em telas OLED e fibras ópticas, mas podem ter problemas de estabilidade. Foi através de esforços para resolver esses problemas que esse outro tipo de material foi descoberto. É importante ressaltar que a fase líquida recém-descoberta promete vidro fino mais estável e mais denso do que os materiais anteriores, um avanço que pode abrir novos usos para o vidro e até mesmo tipos totalmente novos de dispositivos.
O vidro é um tipo especial de material que geralmente se forma quando um líquido se solidifica. Embora se torne sólido, a estrutura interna do vidro não difere muito da fase líquida. No caso do vidro ultrafino, essa transição pode ser difícil de controlar sem problemas como a cristalização, principalmente em grandes escalas. O vidro fino retém mais de suas propriedades líquidas do que o normal, o que pode levar à instabilidade e quebra. Esse fator dificulta a criação de materiais resistentes à base de vidros ultrafinos, mas é justamente desses materiais que a indústria precisa hoje.
Durante os experimentos, os cientistas usaram um novo método - deposição da fase de vapor. Durante isso, o gás se transforma em líquido. Assim, os cientistas esperavam resolver o problema da instabilidade e degradação do material, que muitas vezes ocorre em vidros ultrafinos.
A nova fase é estruturalmente diferente da fase líquida usual formada durante a criação do vidro ultrafino. Os autores do estudo afirmaram que essas fases podem ser comparadas ao grafeno e ao diamante - são corpos sólidos de carbono, mas ao mesmo tempo existem em formas radicalmente diferentes.
De acordo com cientistas, a nova fase líquida será útil na criação de um novo tipo de vidro ultrafino, que será caracterizado por maior estabilidade e densidade. Experimentos subsequentes confirmaram o empacotamento de moléculas individuais em uma estrutura que não era um cristal, mas outra coisa. Com base na geometria da fase, os pesquisadores acreditam que isso pode ser relevante também para outros tipos de materiais.
Isso significa a possibilidade de produzir vidros ultrafinos com densidade muito maior – em alguns casos superior à dos cristais – por deposição da fase vapor e da nova fase líquida no vidro. Mais pesquisas estão planejadas para estabelecer exatamente como essa transição de fase ocorre, o que pode ajudar os cientistas a resolver alguns dos mistérios restantes do vidro.
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