A existência de "Júpiteres quentes" é um dos mistérios mais antigos da era da caça aos exoplanetas. Júpiter quente ocupou uma parte significativa da lista de exoplanetas descobertos, porque eles são os mais fáceis de detectar.
Os Júpiteres quentes são planetas com aproximadamente a mesma massa de Júpiter, mas orbitam muito perto de suas estrelas, geralmente menos de um décimo da distância que a Terra orbita o Sol, ainda mais perto do que a órbita de Mercúrio. Os Júpiteres quentes são muito diferentes de qualquer coisa que você possa ver em nosso sistema solar.
No Sistema Solar, o momento angular planetário total está alinhado a 7º do momento angular do Sol. Isso parecia ser uma consequência natural da formação do planeta – o Sol e a nebulosa protosolar herdaram seu momento angular da nuvem de gás. Portanto, a expectativa era que os exoplanetas também tivessem momento angular acoplado à rotação de suas estrelas hospedeiras. Como se vê, nem sempre é assim.
Novos dados do telescópio espacial Gaia da Agência Espacial Europeia, que monitora mais de um bilhão de estrelas na Via Láctea, forneceram novos insights sobre a formação, evolução e idade relativa dos Júpiteres quentes. Os pesquisadores usaram medições das posições e velocidades dos objetos para determinar as idades relativas das estrelas. A combinação dessas informações com dados sobre a relação dos Júpiteres quentes com a rotação de suas estrelas mostrou que existem duas opções para a formação desses corpos celestes - rápida e lenta.
"Sem esse método realmente preciso de medir as idades das estrelas, sempre perdemos informações.", Jacob Hamer, pós-doutorando no Departamento de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins, em um comunicado. Acreditava-se que os Júpiteres quentes com órbitas deslocadas dos equadores de suas estrelas se formassem mais tarde do que aqueles alinhados como os planetas em nosso sistema solar. "Um [processo de formação] acontece rapidamente e cria sistemas coerentes, e [o outro] ocorre em um tempo mais longo e cria sistemas não coerentes", - diz Hamer.
O trabalho foi aceito para publicação no The Astronomical Journal, e uma versão pré-impressa está disponível no banco de dados arXiv.
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